Como a maioria das pessoas não dispõem de recursos para comprar um imóvel à vista, é muito comum se recorrer a financiamentos. Nesse procedimento, a amortização de parcelas é um assunto que deve ser inteiramente compreendido pelo consumidor.
Em um financiamento, os recursos são disponibilizados à pessoa para pagamento do bem à vista. Após isso, o valor principal deverá ser devolvido ao banco acrescido dos juros acordados em contrato com a instituição financeira.
No post de hoje, explicaremos um pouco mais sobre a amortização de um financiamento e o ajudaremos a escolher a melhor opção para você! Confira!
O que é amortização?
A amortização são os pagamentos feitos ao credor pelo dinheiro que se pega emprestado, por exemplo, em um financiamento. À medida que as parcelas vão sendo pagas, o saldo devedor é amortizado, reduzindo assim a dívida total.
Além do valor da dívida, quando alguém pega um empréstimo junto a instituições financeiras, existe a cobrança de juros e podem ser cobradas taxas e encargos estabelecidos em cláusulas contratuais.
Para melhor entender o conceito de amortização, é necessário saber como são formadas as prestações. Em cada parcela, existe um valor principal (que é referente ao dinheiro que você pegou emprestado) e os juros (que corresponde ao valor cobrado pelo banco por ter lhe emprestado o dinheiro).
Sendo assim, uma prestação é composta pela amortização e pelos juros, totalizando o valor mensal que deverá ser pago à instituição financeira.
Principais sistemas de amortização de parcelas
Existem duas principais tabelas para quitação da dívida contraída, e cada uma delas têm uma dinâmica diferente para composição do valor das parcelas. Isso ocorre porque, dependendo da tabela de amortização utilizada, o valor individual de cada parcela pode ser fixo ou variável.
As modalidades de financiamento mais utilizadas no mercado são o Sistema Price e o Sistema de Amortizações Constantes (SAC), e cada uma dessas têm uma dinâmica para formação do valor das parcelas.
Tabela Price
No Sistema Price de Amortização, o devedor realiza o pagamento da dívida em prestações de valor fixo. Entretanto, à medida que os pagamentos são feitos, o valor das amortizações vai aumentando e o valor dos juros vai sendo reduzido.
Para se ter uma ideia mais clara sobre esse sistema, vejamos a tabela abaixo e como é formado o valor final de cada parcela.
- Valor financiado: R$ 100.000,00;
- Sem entrada;
- Número de prestações: 240 ou 20 anos;
- Taxa de Juros: 0,70 ao mês ou 8,4 ao ano.
Simulação – Tabela Price
No. Parcela |
Valor da prestação |
Valor da amortização |
Valor dos juros |
Saldo devedor |
0 |
– |
– |
– |
R$ 100.000,00 |
1 |
R$ 861,50 |
R$ 161,50 |
R$ 700,00 |
R$ 99,838,50 |
2 |
R$ 861,50 |
R$ 162, 64 |
R$ 698,87 |
R$ 99.675,86 |
3 |
R$ 861,50 |
R$ 163,77 |
R$ 687,73 |
R$ 99.512,09 |
150 |
R$ 861,50 |
R$ 456, 64 |
R$ 404,86 |
R$ 57.380,88 |
240 |
R$ 861,50 |
R$ 855,52 |
R$ 5,99 |
R$ 0,00 |
Tabela SAC
O Sistema de Amortização Constante (SAC) é caracterizado pela manutenção do valor das amortizações durante todo o período de pagamento. Contudo, o valor pago em juros é reduzido à medida que as prestações vão sendo quitadas.
Dessa forma, o valor das prestações não é fixo e o valor de cada parcela diminui ao longo do financiamento.
- Valor financiado: R$ 100.000,00;
- Sem entrada;
- Número de prestações: 240 ou 20 anos;
- Taxa de Juros: 0,70 ao mês ou 8,4 ao ano.
Simulação – Tabela SAC
No. Parcela |
Valor da prestação |
Valor da amortização |
Valor dos juros |
Saldo devedor |
0 |
– |
– |
– |
R$ 100.000,00 |
1 |
R$ 1.091,08 |
R$ 416,67 |
R$ 674,41 |
R$ 99.583,33 |
2 |
R$ 1.088,27 |
R$ 416,67 |
R$ 671,60 |
R$ 99.166,67 |
3 |
R$ 1.085,46 |
R$ 416,67 |
R$ 668,79 |
R$ 98.750,00 |
150 |
R$ 672,38 |
R$ 416,67 |
R$ 255,71 |
R$ 37.500,00 |
240 |
R$ 419,48 |
R$ 416,67 |
R$ 2,81 |
R$ 0,00 |
Reduzindo o tempo e valor das parcelas
Existem duas possibilidades para o consumidor que deseja fazer a amortização de parcelas da sua dívida: reduzir o prazo de pagamento do financiamento ou reduzir o valor de cada parcela a ser paga.
É importante destacar que o saldo devedor, que se refere ao valor que é amortizado, está relacionado apenas à quantia que você pegou emprestado. Então, no nosso exemplo, o saldo devedor inicial é de apenas 100 mil reais, sem incluir os juros que serão cobrados pela instituição. Mas, então, qual a opção mais vantajosa?
Prazo de pagamento
A opção de reduzir o prazo do financiamento é interessante para quem consegue arcar com o financiamento sem pesar o bolso. Na medida em que se faz a amortização de parcelas, o seu saldo devedor fica menor e a quitação do imóvel ocorre mais rápido.
Além disso, como os juros incidem sobre o valor da dívida, ao pagar a instituição antes do previsto, não são cobrados juros sobre a quantia amortizada.
Valor das parcelas
No caso de as prestações apertarem o orçamento, talvez seja mais interessante optar por reduzir o valor de cada parcela. Afinal, se não é capaz de pagar regularmente o financiamento e cumprir com as demais despesas pessoais, você pode acabar se endividando e prejudicando o seu orçamento.
Vale a pena usar o FGTS?
Uma boa alternativa para amortização de parcelas é a utilização do FGTS. Os recursos depositados neste fundo rendem apenas 3% ao ano, que é menor do que a inflação. Isso significa que o dinheiro desvaloriza à medida que o tempo passa e você perde poder de compra.
Os recursos do fundo podem ser utilizados para amortizar a dívida a cada dois anos. Nesse caso, existem duas possibilidades: amortizar a dívida ou quitar parcelas vencidas ou que ainda vão vencer.
Na primeira alternativa, o ponto positivo é que, amortizando o saldo devedor, você reduz o tempo de financiamento e ainda paga menos juros.
No segundo caso, você paga o valor das parcelas normalmente, incluindo juros e encargos. A vantagem é que, em momentos de dificuldades financeiras, antecipar parcelas o ajuda a aliviar o orçamento durante os meses que não precisará pagar nada.
Por fim, antes de contratar um financiamento, é muito importante saber como acontece a amortização de parcelas e pesquisar as melhores taxas e condições do mercado. Caso tenha recursos adicionais e resolva pagar um pouco da dívida antecipadamente, analise se a melhor opção para o seu caso é reduzir o prazo de pagamento ou o valor das parcelas.
Lembre-se de que, caso o valor das parcelas caiba no seu bolso, a melhor alternativa é fazer a amortização para redução do prazo de financiamento. Por outro lado, se as prestações apertam o seu orçamento, talvez seja melhor optar pela redução do valor das parcelas.
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